segunda-feira, 13 de junho de 2011

12 de junho é Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil

Trabalho Infantil Perigoso é o tema deste ano do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, 12 de junho, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Estima-se que 115 milhões de crianças ao redor do mundo estejam envolvidas com trabalhos perigosos, com riscos para saúde, segurança e vida. O problema afeta países industrializados e em desenvolvimento.

É meta da comunidade internacional erradicar o trabalho infantil perigoso até 2016 e a campanha nacional chama atenção para como identificar tais atividades, o impacto gerado para as crianças e como enfrentar o problema – que envolve abuso físico, psicológico ou sexual; atividades subterrâneas, subaquáticas, confinadas, em locais altos, com maquinário ou ferramentas perigosas; e ambientes insalubres, com temperaturas extremas, excesso de ruído ou vibração, por exemplo.
Normas internacionais determinam que cada país identifique e elimine as formas de trabalho infantil perigoso. No Brasil, definiu-se como tal as atividades nas ruas, com agritóxicos, lixo e de serviço doméstico.

O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil é um estímulo para que todas as nações adotem normas para ações sólidas. Por meio delas, deve-se melhorar a qualidade da informação sobre acidentes ocupacionais, reconhecimento de riscos, desenvolver políticas para proteção das crianças, inspecionar o trabalho e garantir o acesso à educação.

Fonte: Nações Unidas no Brasil

domingo, 5 de junho de 2011

CPI ouvirá vítimas do tráfico de pessoas

Na próxima reunião serão ouvidos representantes da Polícia Federal, da Unidade de Governança e Justiça do Escritório das Nações Unidas para Combate e Prevenção ao Crime (Unodc) e da Safernet, organização voltada à defesa de crianças e adolescentes na internet. Na reunião seguinte serão ouvidas as vítimas desse tipo de violência.

A recomendação para que as vítimas fossem ouvidas foi feita pelas pesquisadoras Márcia Anita Sprandel, que também é assessora técnica da liderança do PT, e Fabiana Gorenstein, que é oficial de projetos do ICMPD, organização internacional que trabalha com o tema das migrações e do tráfico de pessoas. As duas especialistas foram convidadas a participar da reunião para contribuir com o direcionamento do plano de trabalho da CPI.

- A minha recomendação central seria: vamos escutar os migrantes diretamente, vamos escutar vítimas de tráfico, se elas se dispuserem a vir falar, e vamos escutar pessoas que se deslocam e que estão vulneráveis a essa questão - sugeriu Fabiana.

A relatora da CPI, senadora Marinor Brito (PSOL-PA) demonstrou preocupação com o bem-estar das vítimas, que podem não querer ser identificadas. 

Policiais e especialistas pedem mais recursos para combater tráfico de pessoas

Os convidados da audiência pública promovida pela CPI do Tráfico de Pessoas, nesta terça-feira (31), enfatizaram que o Estado brasileiro vem demonstrando compromisso com o enfrentamento dessa modalidade de crime e realizando progressos no seu combate. No entanto, também indicaram a necessidade de muito mais investimentos em medidas de prevenção e ampliação da estrutura de investigação, além de meios para a proteção das vítimas.

- É preciso ainda que os crimes sejam punidos, pois a impunidade é um estímulo para que infratores continuem agindo - observou Bo Mathiassen, da Unidade de Governança e Justiça do Escritório das Nações Unidas para o Combate e Prevenção ao Crime (UNODC).
Mathiasen, que dirige o escritório da UNODC para o Brasil e o Cone Sul, salientou que o tráfico de pessoas está associado a formas de exploração que sempre visam ao lucro financeiro. Ele disse que a exploração sexual forçada, os trabalhos forçados ou em condições semelhantes ao trabalho escravo e a exploração para a remoção de órgãos são os casos mais conhecidos, mas não esgotam o amplo repertório de crimes. Afirmou ainda que nenhum país está imune e estimou que cerca de 2,5 milhões de pessoas se encontram em situação de tráfico no mundo.

- No tráfico de pessoas, o consentimento é irrelevante, pois ele é, geralmente, obtido por meio do engano da vítima - disse.
Ainda de acordo com o representante da UNDOC, cerca de 80% das vítimas são mulheres ou meninas. Além disso, registrou que metade das pessoas traficadas é representada por menores de 18 anos. Nos países onde o gênero dos autores desse tipo de crime foi apurado, ele disse que chama a atenção o fato de a maioria delas serem pessoas do sexo feminino.

sábado, 9 de abril de 2011

Com nome na "lista suja", empregador repete exploração

Presente no cadastro de infratores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde julho de 2007, Geraldo Otaviano Mendes teve mais um de seus empreendimentos rurais flagrados com escravidão contemporânea
Por Bianca Pyl
A inclusão na "lista suja" do trabalho escravo não foi suficiente para a mudança de conduta do fazendeiro Geraldo Otaviano Mendes. Presente no cadastro de infratores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde julho de 2007, o empregador teve mais um de seus empreendimentos rurais flagrados com pessoas submetidas à escravidão, em fevereiro.

Fiscalização que uniu esforços do MTE, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF) encontrou seis trabalhadores escravizados na carvoaria da Fazenda Gerez, em Conceição do Tocantins (TO). Uma das vítimas era um adolescente com menos de 18 anos de idade.

Submetidos a uma jornada exaustiva com mais de 13 h de trabalho, os empregados estavam alojados em um barraco de lona em chão de terra batida. A única opção para saciar a sede e tomar banho era um açude, que também era utilizado pelos animais da propriedade.

A libertação foi possível graças à denúncia de um trabalhador que não suportou a rotina de exploração no local. Os empregados se revezavam no corte de madeira e na produção de carvão vegetal. Os salários não estavam sendo quitados em dia e as horas-extras não eram pagas. Não havia energia elétrica ou instalações sanitárias no alojamento.

Os riscos de danos à saúde eram grandes, pois equipamentos de proteção individual (EPIs) não estavam sendo utilizados. Além disso, os operadores de motosserras que atuavam na Fazenda Gerez não passaram por nenhum tipo de curso ou treinamento antes de utilizar o equipamento.

Uma criança de apenas 3 anos, filho de uma das vítimas, circulava pela carvoaria, entre os fornos. Em depoimento ao MPT, uma testemunha afirmou que, antes da fiscalização, um adolescente de 13 anos trabalhou no local, mas seu pai foi convencido a tirá-lo para continuar seus estudos.

O empregador assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que se compromete a regularizar o quadro e a pagar verbas rescisórias.

Em 2005, quatro pessoas foram libertadas de condições análogas à escravidão na Fazenda Genipapo, local em que funcionava a Carvoaria Mendes, pertencente ao mesmo fazendeiro e também em Conceição do Tocantins (TO). Essa primeira fiscalização deu início a um processo administrativo que se desdobrou na inserção do empregador na "lista suja".

Lista suja acesse: http://www.reporterbrasil.com.br/listasuja/index.php?lingua=pt

Fonte: Repórter Brasil

Trabalho escravo é encontrado na cadeia da Pernambucanas

Grupo de imigrantes sul-americanos submetidos a condições análogas à escravidão foi flagrado costurando blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da centenária rede varejista Pernambucanas
Por Bianca Pyl*
São Paulo (SP) - A casa branca, localizada em uma rua tranquila da Zona Norte da capital paulista, não levantava suspeita. Dentro dela, no entanto, 16 pessoas vindas da Bolívia viviam e eram explorados em condições de escravidão contemporânea na fabricação de roupas.

Fachada da casa onde a fiscalização encontrou o grupo de migrantes da Bolívia (Foto: SRTE/SP)
O grupo costurava blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da tradicional Pernambucanas, no momento em que auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) chegaram ao local.

Entre as vítimas, dois irmãos com 16 e 17 anos de idade e uma mulher com deficiência cognitiva. No local, a fiscalização constatou a degradação do ambiente, jornada exaustiva de trabalho e servidão por dívida, três traços que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo -crime previsto no Art. 149 do Código Penal. As vítimas trabalham mais de 60 horas semanais para receber, em média, salário de R$ 400 mensais.

Descobriu-se que a encomenda das peças havia sido feita pela intermediária Dorbyn Fashion Ltda. - um entre os mais de 500 fornecedores da centenária rede de lojas. O flagrante, registrado em 14 de março, motivou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a cobrar cerca de R$ 2,3 milhões da Pernambucanas, soma dos valores referentes a autuações com a notificação para recolhimento do Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS).

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fiscalização liberta 16 de duas propriedades pecuárias

Na Fazenda Santa Luzia, em São Geraldo do Araguaia (PA), operação encontrou sete vítimas da escravidão contemporânea. Outras nove foram libertadas da Fazenda Nossa Senhora de Fátima, em Novo Repartimento (PA)

Por Bianca Pyl
Um grupo de 16 pessoas, incluindo um adolescente de 12 anos, foi libertado de condições análogas à escravidão pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, que reúne membros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF). A ação ocorreu em duas fazendas no Pará, na segunda quinzena de fevereiro.
Na Fazenda Santa Luzia, que está registrada em nome de Gustavo Araújo da Nóbrega, foram flagrados sete vítimas da escravidão contemporânea. A atividade desenvolvida na área, localizada em São Geraldo do Araguaia (PA), é a criação de gado bovino. Além dos libertados, havia mais cinco empregados com registro e morando em alojamentos em condições melhores, de acordo com Alexandre Elias, auditor fiscal que participou da ação.
Não havia água potável para consumo. A água consumida era retirada de um córrego, que também era utilizado pelos trabalhadores como ponto para banho. A alimentação não era garantida pelo empregador; as próprias vítimas eram obrigadas a comprar comida e preparar as refeições. Instalações sanitárias e energia elétrica também não eram oferecidas.

O alojamento era uma construção de madeira que apresentava frestas. Os buracos possibilitavam a entrada de animais peçonhentos, fator de risco para a segurança e saúde dos alojados. No galpão coletivo, havia homens e mulheres. Alguns estavam no local junto com suas famílias -  o que não é permitido, conforme a Norma Regulamentadora 31 (NR 31)

A admissão dos empregados ocorreu entre outubro do ano passado e fevereiro deste ano. A maioria mora na região de São Geraldo do Araguaia (PA). Eles construíam cercas na fazenda, aplicavam produtos químicos (agrotóxicos) e limpavam a área que formaria o pasto.

Após assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto pelos procuradores do MPT que acompanharam a ação, o proprietário pagou cerca de R$ 15 mil em verbas rescisórias aos libertados. As irregularidades encontradas ensejaram a lavratura de 13 autos de infração.
Mais vítimas
Ainda com a operação em curso, a fiscalização recebeu mais uma denúncia de exploração de trabalho escravo. Na Fazenda Nossa Senhora de Fátima, que pertence à Cristiani de Jesus Mendonça e está localizada na zona rural de Novo Repartimento (PA), foram encontradas mais nove pessoas que estavam sendo submetidas a condições análogas à escravidão.
Ao todo, 11 trabalhadores estavam no local. Dois deles - a cozinheira e o vaqueiro - estavam em condições regulares de alojamento e não foram resgatados. Um adolescente de 12 anos também foi resgatado do local e recebeu as verbas trabalhistas rescisórias as quais tinha direito. Por ter menos de 18 anos, ele não pode receber, as três parcelas do Seguro-Desemprego para Trabalhador Resgatado, como os adultos.
Além disso, um idoso enfermo também foi afastado do trabalho. "Foi emitida a Comunicação de Acidente do Trabalho [CAT] e da estabilidade. Por isso, não foi requerido o Seguro-Desemprego", informou o auditor fiscal Alexandre. A fiscalização suspeita que o trabalhador ficou doente por conta da aplicação de agrotóxicos sem a devida proteção.
Os empregados exerciam as funções de limpeza do pasto, montagem de cerca e aplicação de agrotóxicos. Eles foram aliciados em Novo Repartimento (PA) mesmo e no município de Açailândia (MA). Os alojamentos estavam em condições precárias: as instalações sanitárias, por exemplo, estavam quebradas. Uma família inteira vivia junto com outros empregados.
A empregadora assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Cada trabalhador recebeu R$ 2,5 mil por dano moral individual. No total, Cristiani pagou mais de R$ 26 mil aos trabalhadores. Os representantes do MTE na operação emitiram 16 autos de infração.

A Repórter Brasil não conseguiu contactar os dois empregadores para colher a posição dos mesmos em relação às fiscalizações.

Fonte: Repórter Brasil

Trabalhadores ameaçados são libertados de carvoaria

Fiscalização libertou 20 trabalhadores de carvoaria dentro da Fazenda Pedra Branca, em Natividade (TO), beneficiada por financiamento público. Vítimas viviam em condições desumanas e ainda eram ameaçadas pelo empregador

Por Bianca Pyl e Maurício Hashizume
O grupo móvel de fiscalização libertou 20 pessoas de trabalho análogo à escravidão em carvoaria do Tocantins. A ação, realizada no mês passado, teve participação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF).

O flagrante ocorreu na Carvoaria Pedra Branca, localizada em Natividade (TO), de propriedade da empresa Carvoaria S e A Ltda. ME, cujo representante legal é Antônio Carlos Lima. De acordo com o cadastro na Receita Federal, o nome fantasia da empresa é Carvoaria Dois Irmãos.

Cozinha improvisada era protegida com lonas plásticas; não havia água encanada (Foto: MPT)

As vítimas estavam submetidas a condições degradantes de trabalho e eram constantemente ameaçadas. O empregador confessou já ter agredido um trabalhador, com socos e chutes. Os trabalhadores declararam ainda que o patrão andava armado para intimidá-los. Entretanto, os agentes da PF não localizaram nenhuma arma de fogo no local.

A carvoaria fica dentro da Fazenda Pedra Branca, cujo proprietário é Ivandro Luís Ramos, morador de Luís Eduardo Magalhães (BA). De acordo com a apuração da fiscalização, Ivandro tem um contrato de arrendamento rural e cedeu a área para que Antônio fizesse a limpeza da terra e utilizasse a vegetação como matéria prima na fabricação de carvão vegetal. Esse tipo de "acordo" é comum, pois simplifica a "limpeza" do terreno para que o proprietário possa formar pastagem com vistas à criação de gado bovino.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Curso treina juiz do Iraque a julgar mulher

 
Com apoio do PNUD, governo do país asiático desenvolve programa de capacitação para sensibilizar magistrados sobre os direitos femininos
 
O PNUD já treinou, neste ano, mais de 400 juízes do Iraque num programa que busca sensibilizá-los sobre as normas nacionais e internacionais relativas aos direitos da mulher. Foram 23 cursos em janeiro, estruturados com o objetivo de promover a Justiça e melhorar a eficiência das investigações em geral no país.
 
Pesquisas realizadas entre 2006 e 2009 por agências da ONU em parceria com o governo iraquiano apontam que uma em cada cinco mulheres de 15 a 49 anos já foi agredida fisicamente por seus maridos, 14% delas durante a gravidez. Os números, no entanto, podem ser mais altos, pois a quantidade de denúncias contra esse tipo de violência costuma ser baixa devido ao temor das iraquianas de ficarem estigmatizadas socialmente e de que as reclamações não sejam investigadas pelas autoridades.
 
“A situação da segurança no Iraque afetou em maior grau os grupos vulneráveis. No que se refere à situação da mulher, tememos que, em vez de melhorar, as condições tenham piorado desde 2003 [quando houve a invasão das tropas lideradas pelos Estados Unidos, que culminou na queda do presidente Saddam Hussein]”, afirma Helen Olafsdottir, assessora do PNUD para recuperação e prevenção de crises no país asiático.
 
Os cursos idealizados pelo PNUD em conjunto com o governo iraquiano são realizados em Bagdá, Erbil (norte) e Basra (sul) e não tratam somente de violência de gênero. Abordam também a igualdade entre homens e mulheres, mediações de conflitos, direito processual, investigações imparciais e justas, luta anticorrupção e direitos humanos e familiares, entre outros temas.
 
“Estamos estudando a situação da polícia e do sistema judicial, e temos de vinculá-los à assistência médica, psicológica, social e intelectual. A lista de desafios é interminável, de modo que estamos diante de uma tarefa monumental e o governo do Iraque realmente está partindo do zero”, acrescenta Helen, que ressalta, no entanto, que as autoridades estão empenhadas em reverter a situação atual.
 
Como parte de seu programa trienal de apoio à família, à Justiça e à segurança, iniciado em abril do ano passado, o governo iraquiano estabeleceu escritórios especializados de polícia que prestam auxílio a vítimas de violência de gênero. Conhecidos como Departamentos de Proteção da Família, esses órgãos oferecem apoio jurídico e acompanham os casos utilizando base de dados nacional para solucionar deficiências atuais de informação.

Líbia é país árabe com menos liberdade

Relatório publicado pelo PNUD aponta que índice que leva em conta eleições, liberdade de expressão e de imprensa é o menor da região
 
A qualidade da administração pública na Líbia, palco de protestos populares intensos há uma semana, é menor que a média dos países árabes, aponta um indicador presente no mais recente Relatório de Desenvolvimento Humano Árabe, publicado pelo PNUD. O estudo menciona pontos em que o regime líbio se destaca negativamente e traz um índice do Banco Mundial segundo o qual a governança do país melhorou desde 1996, embora ainda seja a 15º em um grupo de 22 nações e territórios. O índice líbio de transparência e liberdade é o pior entre os locais pesquisados.
 

O tema do relatório é a segurança humana (conceito que abrange proteção contra a violência, mas também aos direitos humanos e à garantia ao acesso a serviços básicos). O foco não é a Líbia, mas a região como um todo. O texto e o índice são anteriores à eclosão de manifestações no Norte da África e no Oriente Médio: o estudo foi publicado em 2009, e o indicador refere-se a 1996 e 2007. Ainda assim, há vários dados que podem contribuir para entender as raízes das mudanças que estão ocorrendo nos países árabes.
 

O índice do Banco Mundial, chamado Indicadores de Governança, considera seis aspectos ligados à qualidade institucional dos países: voz e prestação de contas, estabilidade política, eficácia do governo, qualidade do marco regulatório, regime de direito e controle da corrupção. Baseia-se em 35 fontes de informação, como ONGs, sondagens com empresários, pesquisas domiciliares (como as feitas pelo Instituto Gallup) e relatórios de instituições públicas ou multilaterais.
 

Em 1996, a Líbia ficava abaixo da média das nações árabes em todos os seis quesitos. Em 2007, isso só não ocorreu no critério de estabilidade política.

O indicador varia de -2,5 a 2,5, e quanto maior, melhor. Em 1996, o índice médio da Líbia era de -1,49, contra -0,80 nos países árabes. Em 2007 a diferença diminuiu: -0,83 e -0,81, respectivamente. Na década de 90, a nação comandada há 42 anos por Muamar Kadafi saiu-se pior em marco regulatório (que considera a capacidade do governo de promover normas e políticas de apoio ao setor privado) e em voz e prestação de contas (que leva em conta transparência, eleições, liberdade de expressão e de imprensa). Em 2007, saiu-se pior em voz e prestação de contas (foi o pior país árabe nesse quesito) e eficácia do governo (qualidade dos serviços públicos e independência da administração pública a pressões políticas).
 

Alguns pontos mencionados no relatório reforçam esses resultados. “Todos os países árabes, com exceção da Líbia, apoiam o direito de formar associações civis”, afirma o texto. Nas associações políticas, o país também recebe críticas. “Há posições variadas dentro dos países árabes a respeito do direito de formar e apoiar partidos políticos e a respeito do grau de permissão para que esses partidos operem. Seis países árabes – Kuait, Líbia, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – continuam a proibir por princípio a formação de partidos políticos.”

O estudo também cita um relatório de 2008, da Organização Árabe por Direitos Humanos, segundo o qual a Líbia era um dos 11 Estados da região que aumentaram as restrições à liberdade dos cidadãos por meio de prisões sem amparo do Judiciário.
 

Apesar disso, os indicadores socioeconômicos não são ruins. A série de dados do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) original apontam, por exemplo, que a Líbia tinha, em 1970, uma situação pouco pior que a do Brasil (IDH de 0,541, contra 0,551 do brasileiro). O índice líbio superou o brasileiro anos depois e, em 2008, estava bem à frente: 0,810 (43º no ranking), contra 0,764 (59º no ranking). Todos os três sub-índices que compõem o IDH são maiores no país africano: renda, longevidade e educação.

No IDH reformulado a diferença se mantém. A Líbia é a 53ª no ranking (0,755) e o Brasil, 73º (0,699).

Sul da Ásia projeta erradicar fome até 2030

PNUD
Para secretário-geral adjunto da ONU, progresso inclusivo ajudará a superar desigualdade na região com 2º maior crescimento do planeta
 
O Sul da Ásia é a região do planeta com a segunda maior taxa de crescimento econômico, mas esses ganhos não estão chegando aos seus 595 milhões de pobres, que ainda sofrem com desigualdade, fome e dificuldade de acesso a serviços básicos. É o que afirma Ajay Chhibber, secretário-geral adjunto da ONU e diretor regional do PNUD para Ásia e Pacífico, para quem essas conquistas financeiras, se corretamente administradas, podem eliminar a pobreza até 2030.
 

A autoridade das Nações Unidas discursou nesta quinta na sessão de abertura da Conferência Mundial Recriando o Sul da Ásia: Democracia, Justiça Social e Desenvolvimento Sustentável, organizada pelo Centro para Política e Estudos local.

De acordo com ele, a região, formada por Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Irã, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka, vive um momento bastante favorável. Chibber ressalta que esses países estão reforçando as suas democracias, os pacotes de estímulo ajudam as nações a saírem da crise econômica mundial e os esforços de construção da paz e de inclusão de grupos sociais marginalizados começam a surtir efeito. “O Sul da Ásia tem um enorme ‘dividendo demográfico’, e a população cada vez mais exige responsabilidade e transparência dos seus governantes”, diz.
 

Porém, apesar dos sinais de estabilidade política e econômica, os indicadores sociais da região são pouco favoráveis, apontando que grande parte da população é privada das oportunidades criadas pelo crescimento. As famílias pobres, por exemplo, são desproporcionalmente afetadas pela alta dos preços dos alimentos –seu poder de compra diminuiu 24%, contra uma redução de 4% para os ricos.

Se por um lado a taxa de pobreza local caiu, o número absoluto de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia aumentou, passando de 549 milhões em 1981 para 595 milhões em 2005. Além disso, mais de 250 milhões de crianças sofrem com desnutrição, cerca de 30 milhões de jovens estão fora da escola e um terço das mulheres adultas são anêmicas.
 

“O foco da região deve ser levar os benefícios da prosperidade aos excluídos. O crescimento inclusivo deve orientar todas as decisões políticas, com a sociedade civil desempenhando o seu papel na articulação daqueles que não têm voz”, afirma Chhibber.

Nos últimos 20 anos, o PNUD defende uma abordagem de desenvolvimento humano que não se resume a garantir um nível de rendimento digno e qualidade de vida para todos, mas que também inclui esforços para que cada pessoa tenha capacidade, direito e liberdade para fazer parte das decisões que afetam suas vidas. Isso contempla o direito ao voto e a cobrança junto aos governantes.
 

“A democracia tem o potencial real para permitir o crescimento dos mais pobres, sustentando o desenvolvimento humano”, completa.

Ameaça climática

Para Chhibber, mesmo que o os ganhos econômicos no Sul da Ásia continuem acelerados, seus países seguem muito vulneráveis aos impactos da variação climática. Entre as evidências mais preocupantes estão os níveis de elevação do mar, que ameaçam as Maldivas e a costa de Bangladesh, além do derretimento da neve na cordilheira do Himalaia.

“A mudança climática não é mais uma ameaça distante. Ela é uma realidade e um sinal do que vem pela frente. Por isso, precisamos promover novos encontros como esse para discutirmos a pobreza e o aquecimento global”, finalizou.

Indígenas são explorados em condições degradantes

Repórter Brasil

Fiscalização flagrou 16 índios Terena na Fazenda Vargem Grande, que fica a 10 km na Aldeia
Lalima, no município de Miranda (MS). Grupo estava há 15 dias no local e dormia em barracos precários de lona, cobertos com folha de bacuri

Por Bianca Pyl
Um grupo de 16 índios foi encontrado em situação análoga à escravidão na Fazenda Vargem Grande, que pertence à Agropecuária Rio Miranda Ltda e fica em Miranda (MS). Os trabalhadores eram responsáveis pela limpeza de área destinada à formação de pastos para criação de gado bovino.
Os indígenas são da etnia Terena e vivem na Aldeia Lalima, em Miranda (MS), a 10 km da propriedade. A ação ocorreu em 25 de janeiro deste ano e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Polícia Federal (PF).
A equipe de fiscalização fazia uma operação de rotina para verificar as condições de trabalho em carvoarias, iniciada no último dia 24 de janeiro. Contudo, no meio do caminho que dava acesso a uma carvoaria que seria fiscalizada, os agentes públicos encontraram os 16 indígenas. As vítimas foram contratadas diretamente pela administradora da fazenda.

Barracos que serviam de alojamento foram construídos pelos próprios trabalhadores (Foto: MPT)

Os indígenas estavam há 15 dias no local e dormiam em barracos feitos de lona e cobertos com folha de bacuri (espécie de palha). Eles receberiam por produção e foram recrutados para trabalhar por 45 dias.

Não havia fornecimento de água potável às vítimas, que utilizavam água de um córrego para consumir e tomar banho. Não havia instalações sanitárias no local. Durante a execução dos serviços, os empregados não utilizavam nenhum equipamento de proteção individual (EPI). Os próprios trabalhadores preparavam as refeições em um fogão a lenha improvisado.

O local foi interditado. E, segundo Antonio Maria Parron, auditor fiscal do trabalho que coordena a fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso do Sul (SRTE/MS), os próprios trabalhadores acabaram destruindo as barracas.

Tanto o auditor fiscal Antonio como o procurador do trabalho Rafael Salgado, que atua em Corumbá (MS) e também esteve na área, os trabalhadores manifestaram a intenção de seguir realizando o serviço. Diante disso, a opção, como explica Rafael, foi pela "empregabilidade".
"Não é comum não realizar o resgate. Contudo, achamos que essa era a melhor solução para o caso, pois a aldeia fica muito próxima da fazenda e os indígenas poderiam voltar a trabalhar escondido no local", complementa Antonio. Segundo ele, as Carteiras de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) dos 14 empregados que quiseram continuar trabalhando foram assinadas com data retroativa (início do trabalho) e a empresa contratante também providenciou um ônibus para transportar os empregados diariamente.

Alguns dormiam em espumas em cima de toras; outros, em lençois pendurados (Foto: MPT)

A sócia-administradora da fazenda, Ana Paula Nunes da Cunha, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no dia 31 de janeiro, na sede do MPT em Corumbá (MS), por meio do qual se compromete a pagar multa de R$ 5 mil por cláusula descumprida e por trabalhador prejudicado
Se a empresa cumprir as cláusulas quanto ao oferecimento de água potável, áreas de vivência adequadas e EPIs, poderá funcionar sem a construção de novos alojamentos - desde que ofereça, sem custo para os empregados, condução ao local de trabalho e de volta à aldeia.
Foram lavrados, ao todo, oito autos de infração em relação às irregularidades encontradas. Para checar in loco se as irregularidades foram sanadas, o MPT solicitou ao MTE que nova fiscalização ocorra em 30 dias.
O proprietário Rubens Nunes da Cunha disse à reportagem que essa foi a primeira vez que tiveram problemas porque, antes do episódio em questão, nunca deixaram os trabalhadores alojados no empreendimento rural.

"A fazenda é nossa desde 1939. Nunca tivemos problemas. Nossos trabalhadores permanentes são registrados. E, quando precisávamos de temporário, fazíamos um contrato simples. Já regularizamos a situação", adiciona Rubens. "Vamos utilizar mais maquinário e menos recursos humanos".

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Província de Ontário adota medidas contra tráfico de pessoas

Repórter Brasil

Governo da província mais populosa do Canadá apresenta pacote de combate ao crime. Entre as providências, estão canais permanentes para facilitar a denúncia e o atendimento a vítimas, além da designação de procuradores especializados

Por Maurício Hashizume
O governo de Ontário, a mais populosa província do Canadá (abriga um terço de todos os habitantes do país), lançou, nesta sexta-feira (18), um conjunto de medidas próprias e integradas para combater o tráfico de pessoas.

Antes do anúncio, as ações se resumiam a medidas isoladas executadas por forças policiais, agências governamentais e organizações não-governamentais (ONG). O plano ora apresentado pretende estabelecer um comitê especial dedicado a enfrentar o crime, composto por órgãos repressivos, entidades da área de assistência social e especialistas no assunto.

As iniciativas terão como foco a prevenção, a repressão e o suporte às vítimas. Entre as novidades, haverá uma linha telefônica exclusiva e ininterrupta para atender pessoas exploradas no bojo desse tipo de crime, apoio adicional a serviços de emergência e centros comunitários que atendem esse mesmo público, maior investimento para projetos locais de combate ao crime, além de procuradores especializados em atuar na área.

Também fazem parte do pacote de medidas: campanhas de divulgação de serviços disponíveis e de conscientização; operações de inteligência para tentar identificar grupos do crime organizado ligados ao tráfico de pessoas.

O governo de Ontário contribuirá ainda para o trabalho da organização Walk with Me, que atua no combate ao tráfico de seres humanos em nível provincial, bem como oferecerá estrutura e recursos para uma série de outras entidades civis como a Associação de Mulheres Nativas de Ontário (Ontario Native Women's Association), que atende vítimas de exploração sexual.

"Estreantes" pregam empenho por PEC do Trabalho Escravo

Repórter Brasil

Reunião da Frente Parlamentar e da Frente Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, no Senado Federal, reuniu atores políticos e administrativos em início de jornada que exercem função estratégica no combate ao crime

Por Maurício Hashizume
Brasília (DF) - Tema de embates desde o Brasil Colônia, o combate à exploração de pessoas em condições de escravidão atraiu, na última quinta-feira (3), atores do campo político e administrativo que estão fazendo suas "estreias" em cargos chaves para o combate ao crime.

Além da nova ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR), Maria do Rosário, e da recém-empossada titular da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Vera Albuquerque, vários congressistas em início de mandato marcaram presença na reunião conjunta da Frente Parlamentar Mista e da Frente Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal.


Reunião no Senado atraiu parlamentares e representantes da sociedade civil (Foto:MH)
Em sua participação no encontro, a ministra Maria do Rosário prometeu apoio e engajamento imediato para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001 - que prevê o confisco de terras onde houver comprovada exploração de mão de obra escrava. Apresentada originalmente há 16 anos (1995), a matéria foi apensada à proposta do então senador Ademir Andrade (PSB-PA) para que pudesse ser aprovada no Senado. Enviada à Câmara, foi votada em primeiro turno no plenário da Casa em agosto de 2004. Desde então, a PEC 438/2001 permanece parada à espera de apreciação.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Xingu vivo para sempre


A usina de Belo Monte, no Pará, vai secar um trecho de 100 quilômetros do rio Xingu e deixar povos indígenas e ribeirinhos sem água e sem peixes. O impacto ambiental causará perda de biodiversidade e aumento de doenças como malária.

Economistas e engenheiros dizem que a usina é economicamente inviável. Representantes dos povos indígenas, ambientalistas e cientistas dizem que essa não é a melhor forma de desenvolver a Amazônia. A reprodução do modelo predatório que marca a sociedade do consumo levará para a Amazônia os mesmos problemas que temos hoje em diversas outras regiões do planeta.

O Comitê Xingu Vivo para Sempre organizou uma petição pedindo que o projeto seja de fato discutido com a sociedade, o que não foi feito. O comitê diz que a usina de Belo Monte está sendo empurrada “goela abaixo” dos povos da Amazônia.

CNJ quer garantir emprego para libertos do trabalho escravo

CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está à procura de empresas que se disponham a qualificar e a contratar pessoas libertadas do trabalho escravo. “Já começamos os contatos com as empresas”, informa José Eduardo de Resende Chaves Júnior, juiz auxiliar da Presidência do CNJ. O objetivo é evitar que os trabalhadores voltem a ser vítimas dos exploradores do trabalho escravo.
A ação do CNJ deve dar prioridade aos locais onde o problema é mais frequente, como Maranhão, Pará e Mato Grosso. Nos últimos anos, a polícia, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho fizeram várias operações para libertar trabalhadores submetidos à condição análoga à escravidão.
“Agora estamos percebendo um alto percentual de retorno dessas pessoas às mesmas condições de trabalho escravo”, explica o juiz Chaves Júnior. O problema, segundo ele, é que são pessoas sem qualificação profissional e sem oportunidade no mercado de trabalho. Como elas não têm condição de sobrevivência, voltam à escravidão.
O CNJ, por meio do Fórum de Assuntos Fundiários, quer formar parcerias com empresas que se responsabilizem pela formação e contratação dos trabalhadores, assegurando a eles os direitos constitucionais. O assunto já foi discutido com o Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e com a Organização Internacional do Trabalho.

Rede de fast food deve fazer campanha contra trabalho infantil por nove anos

SINAIT

Uma rede mundial de fast food terá que fazer, pelos próximos nove anos, campanha publicitária contra o trabalho infantil para evitar multa milionária em decorrência do descumprimento de uma série de obrigações trabalhistas. O acordo foi celebrado em dezembro de 2010 e homologado pela Justiça do Trabalho.
A rede de lojas firmou um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC com o Ministério Público do Trabalho em 2008, mas não cumpriu os compromissos assumidos. Por essa razão, deveria pagar multa milionária, que foi transformada no compromisso de realizar campanha contra o trabalho infantil onde constará o logotipo do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – FNPETI. Além disso, foi obrigada a doar equipamentos de reabilitação física à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, no valor de 1,5 milhão de reais. A campanha deveria estar no ar a partir de janeiro.
O SINAIT apurou junto ao FNPETI que a campanha ainda não está pronta e que a agência de publicidade contratada pela empresa vai apresentar a proposta de campanha no dia 21 de fevereiro, próxima segunda-feira, para análise do Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e do MPT.
A rede em questão está presente em praticamente todo o mundo. No Brasil, são freqüentes as denúncias de descumprimento da legislação trabalhista, especialmente quanto aos direitos dos adolescentes, cujo número é expressivo entre os empregados das lojas.
 Veja mais detalhes do acordo na matéria abaixo:
 15-12-2010 -  Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e Serviços em Geral de Hospedagem, Gastronomia, Alimentação e São Paulo - Sinthoresp
MPT obriga Mc Donald’s à multa de R$ 13.2 milhões por graves irregularidades contra Trabalhadores e Consumidores
 Uma batalha iniciada há 15 anos foi vencida pelos trabalhadores do Mc Donald’s de todo o Brasil. Baseado em denúncias feitas pelo Sinthoresp em 1995, relatando as condições subumanas às quais os trabalhadores adolescentes da multinacional estavam expostos, o Ministério Público do Trabalho iniciou uma intensa investigação que resultou em um relatório completo, apontando as diversas irregularidades que vão desde a falta de higiene até alvarás de funcionamento e certificados de inspeção sanitária vencidos, prejudicando a saúde do consumidor e do trabalhador.
Com base nessa investigação, o Ministério Público do Trabalho obriga o Mc Donald’s ao pagamento de multa de R$ 13.2 milhões com correção monetária pelos índices oficiais. Está verba deverá ser utilizada na produção de campanha publicitária, em âmbito nacional, promovendo o combate ao trabalho infantil e a divulgação dos direitos das crianças e dos adolescentes pelos próximos 9 anos, com início em janeiro de 2011 e término em 2019. No montante dos R$ 13.2 milhões, também está incluso o depósito de R$ 1.5 milhão, para o Instituto de Medicina F ísica e Reabilitação do Hospital das Clínicas – USP.
Caso o Mc Donald´s venha a descumprir a obrigação, a multa será de R$ 30 milhões, com correção monetária.
Independentemente dos valores das multas aplicadas pelo MPT e homologadas pelo Juiz do Trabalho da 80ª Vara, José Celso Bottaro, o Mc Donald´s terá que tomar providências para a regularização das condições de trabalho, cabendo a COVISA - Coordenação de Vigilância em Saúde e aos órgãos públicos (DRT- Delegacia Regional do Trabalho,  CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e Vigilância Sanitária- ANVISA), a verificação do cumprimento das obrigações.
O Sinthoresp enaltece o excelente trabalho do Ministério Público do Trabalho e agradece aos trabalhadores que se juntaram a nós nas diversas manifestações por condições de trabalho mais dignas.
Veja as principais denúncias feitas pelo o MPT:
1 - Acidente de trabalho com adolescentes: cerca de 80% dos 33.000 empregados da empresa são adolescentes e sofrem queimaduras e quedas constantes durante o horário de trabalho;
2 - Licenças Sanitárias e de Funcionamento vencidas ou sem prazo de validade;
3 - Ingressos nas Câmaras Frias: embora alerte, apenas por meio de placas, que os adolescentes não devem ingressar nas câmaras frias, a própria empresa descumpre a norma;
4 - Falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que, embora formada, não tem qualquer atuação dentro da empresa;
5 - Horas Extras e Frequência Escolar: em algumas de suas franquias, a empresa prorroga a jornada além do limite legal de 2 horas e não concede um período mínimo de 11h consecutivas de descanso entre duas jornadas de trabalho;
6 - Alimentação não saudável: embora tenha apresentado um cardápio para seus funcionários contendo 5.415 combinações, o laudo da prefeitura reprovou as refeições baseadas em produtos da própria empresa por não atenderem às necessidades nutricionais diárias.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quadrilha brasileira controlava prostitutas com câmeras em Madri



UOL Notícias

A polícia espanhola desmantelou na capital do país uma quadrilha brasileira de prostituição que controlava o trabalho das mulheres com câmeras de vídeo durante 24 horas.

Segundo os investigadores, a quadrilha operava em cinco apartamentos em Madri, quatro onde trabalhavam 17 prostitutas e um onde estava a base de operações do grupo.

Os criminosos usavam 12 computadores, 88 celulares e 28 câmeras de vídeo. A polícia espanhola afirma que esta seria a primeira vez que uma quadrilha que explora a prostituição no país usa um esquema tão sofisticado.

Controlados pelos supostos chefes, tanto prostitutas como clientes eram vigiados por câmeras de vídeo espalhadas por todas as dependências dos apartamentos onde atuavam.

Denúncia
Os membros da quadrilha usavam três quadros negros para anotar a agenda diária das prostitutas com nomes, horários e encontros com clientes e fiscalizavam o trabalho com a rede de câmeras.

O negócio funcionava 24 horas ao dia, empregando três telefonistas que se revezavam em turnos para atender as ligações de clientes, que chegavam à quadrilha por meio de anúncios na imprensa espanhola e na internet.

A polícia descobriu o grupo depois da denúncia de uma brasileira que trabalhou para a quadrilha.

Segundo esta suposta confissão, as mulheres aliciadas no Brasil sabiam que atuariam em Madri como prostitutas, mas não que seriam vigiadas permanentemente.

As jovens entre 18 e 25 anos, de várias regiões do Brasil, moravam na Espanha em grupos de seis em cada quarto, dormindo em beliches ou no chão.

Dos 38 detidos, 11 estão acusados de delitos contra a saúde pública, exploração de seres humanos, contra os direitos de trabalhadores estrangeiros e formação de quadrilha.

As prostitutas são acusadas de estadia e trabalho irregular na Espanha e devem ser deportadas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Relatório sobre Tráfico de Pessoas 2007 - Brasil

Embaixada USA - Brasil

Washington, 12 de junho, 2007O Brasil é origem sobretudo de tráfico de mulheres e crianças dentro do próprio país para fins de exploração sexual comercial e de homens para trabalho forçado, também internamente. ONGs estimam que 500 mil crianças estejam na prostituição no país. Mulheres e meninas brasileiras também são traficadas para exploração sexual em locais como América do Sul, Caribe, Estados Unidos, Europa Ocidental, Japão e Oriente Médio. Em menor escala, o Brasil é o destino de alguns homens e mulheres que migram voluntariamente da Bolívia, do Peru e da China e são submetidos a condições de trabalho forçado em fábricas das grandes cidades brasileiras. O turismo sexual infantil é um problema grave no país, em especial nas áreas com complexos turísticos e nas cidades litorâneas do nordeste. Cerca de 25 mil brasileiros, a maioria homens, são traficados dentro do próprio país para trabalhos forçados na agricultura, principalmente na Região Amazônica e no estado central do Mato Grosso.

O governo brasileiro não está em total conformidade com os padrões mínimos para a eliminação do tráfico, embora esteja envidando esforços significativos para tanto. No ano passado, o governo intensificou os esforços para punir o tráfico sexual interno e transnacional e adotou várias medidas para tratar o problema do trabalho forçado, embora neste último caso continuem faltando as ações penais. Em outubro de 2006, o presidente Lula determinou a criação de um plano de ação nacional contra o tráfico de pessoas para todos os tipos de exploração, assim como a coordenação dos esforços governamentais de combate ao tráfico pela Secretaria de Justiça e a destinação de verbas para as iniciativas multissetoriais do governo no combate ao tráfico. As ações penais e as condenações de traficantes parecem ter aumentado, e o Supremo Tribunal Federal reforçou os poderes do governo federal para punir o trabalho escravo por meio de uma decisão de novembro de 2006. O governo deve intensificar as ações penais e as condenações de traficantes, além de instituir penalidades criminais mais eficazes para o tráfico de pessoas para fins de trabalho forçado.


Ação penal
O governo brasileiro avançou visivelmente na aplicação da lei contra o tráfico sexual interno e transnacional; contudo, os esforços para punir atos de trabalho forçado foram menos evidentes durante o período em referência. O Brasil não proíbe todas as formas de tráfico, embora o tráfico interno para exploração sexual seja considerado crime conforme a Seção 231 de seu Código Penal, que prescreve penas de seis a dez anos de prisão. Essas penalidades são suficientemente severas e iguais às determinadas para os casos de estupro. A legislação brasileira não criminaliza todos os aspectos do tráfico para exploração de mão-de-obra. Embora o trabalho forçado seja considerado crime de acordo com a lei contra a escravidão, a penalidade prevista de um a três anos de prisão não é rígida o bastante.




No Brasil não existe um sistema centralizado de coleta e divulgação de dados sobre a aplicação da lei de combate ao tráfico; por isso, não foi possível obter dados abrangentes sobre investigações, ações penais, condenações ou sentenças no período em referência. No entanto, embora limitados, os dados coletados em vários estados revelaram um avanço nos esforços de combate ao tráfico. Uma ação penal sobre tráfico no estado do Rio Grande do Norte em 2006 resultou na condenação de 14 traficantes, um avanço em relação a 2005 quando apenas uma condenação foi notificada no país. Segundo consta, a polícia deu início a pelo menos 35 investigações sobre tráfico em 2006. Nesse ano, a polícia federal lançou seis operações para coibir o tráfico internacional, resultando na prisão de 38 pessoas. Depois de um treinamento sobre combate ao tráfico no início do ano, oficiais da polícia rodoviária federal prenderam uma mulher no estado de São Paulo por tráfico sexual no país, marcando a primeira prisão relatada desde que o tráfico interno de pessoas passou a ser considerado crime federal.

A Espanha deporta? Deportemos

Folha de São Paulo

NUNCA É DEMAIS repetir: ao tempo em que os europeus exportavam sua gente para outras terras, a Espanha mandou para o Brasil perto de 1 milhão de imigrantes. (A Itália mandou 1,5 milhão.) Passou o tempo, e a polícia espanhola continua perseguindo brasileiros que desembarcam em Madri.

Há três anos, uma física que estava a caminho de um congresso em Lisboa foi detida por 53 horas e embarcada de volta. Há poucos dias, Denise Severo, pesquisadora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília, foi detida por 15 horas pela meganha do aeroporto de Barajas e deportada. Retornou sem a bagagem.

Denise Severo botou seu trombone na internet:

"Havia cerca de dez pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas e/ou negros da África!!! Ou seja, é xenofobia pura!!!! Mas xenofobia contra latinos e negros!!!! Puro preconceito !!! (...) Vou recorrer ao Itamaraty, vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra esta arbitrariedade!!!"

A brasileira informa que tinha consigo a comprovação de emprego, emitida pelo Ministério da Cultura, passagem de ida e volta, reserva de hotel (em nome de uma amiga, que chegara em outro voo, informação confirmada pelo estabelecimento) e até cópia da escritura de sua casa. Isso tudo e mais o cartão Travelmoney do Banco do Brasil, bem como os comprovantes da transação dos euros necessários para custear a viagem.

O embaixador da Espanha em Brasília, Carlos Alonso Zaldivar pode procurar no arquivo alguns casos anteriores e verá que sua turma só mudou (um pouco) o tratamento dado aos brasileiros depois que a Polícia Federal, em muito boa hora, começou a deportar seus patrícios.

Em março de 2008, foram devolvidos oito, com os mesmos argumentos oferecidos aos brasileiros em Madri.

Infelizmente, as dificuldades econômicas da Europa estão estimulando a busca de empregos no além-mar. Nessa hora, Pindorama volta a ser um porto seguro. Recentemente, diplomatas de diversos países procuraram o Ministério do Trabalho para discutir uma política de concessão de vistos de serviço para seus cidadãos. Bem que o ministro Carlos Lupi poderia discutir esses pleitos mostrando uma tabelinha de deportações arbitrárias impostas a brasileiros em cada país europeu.

Há brasileiros e brasileiras presos na Espanha por prostituição, tráfico de drogas, sequestros-relampago e falsificação de documentos. Problema deles, que violaram as leis locais. O ano de 2010 terminou com 163 espanhóis encarcerados no Brasil, 52 a mais do que em 2009. A má conduta de uns não permite que os outros sejam tratados como suspeitos. Ademais, a preferência da meganha pela deportação de mulheres jovens revela que é a polícia espanhola quem tem um problema na cabeça, não suas vítimas.

Em pelo menos um caso de exercício da xenofobia, um governo europeu recuou quando soube que o Brasil estava disposto a discutir uma agenda ampla, negociando inclusive a suspensão da reciprocidade da isenção de vistos de turista. Seria o caso de o chanceler Antonio Patriota perguntar ao embaixador Zaldivar se o seu governo pretende mudar as regras do jogo.

Ao completar sete anos, chacina de Unaí segue sem julgamento

 
Por Vitor Nuzzi

São Paulo – Eles não tiveram chance. Emboscados em uma rodovia vicinal por volta das 8 horas da manhã, os três auditores fiscais do trabalho e o motorista que dirigia a Ford Ranger foram alvejados na cabeça com tiros de revólver calibre 38 e uma pistola 380, em uma ação rápida e classificada como “profissional”. Ao se completarem sete anos do assassinato nesta sexta-feira (28), os envolvidos na chamada chacina de Unaí, noroeste de Minas Gerais, ainda não foram a julgamento. Em função da tragédia, a data tornou-se o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

As vítimas eram servidores do Ministério do Trabalho e Emprego. Os fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, o Tote, de 42 anos, João Batista Soares, 50, e Nelson José da Silva, 52, vistoriavam as condições de trabalho e moradia de colhedores de feijão. Ailton Pereira de Oliveira, 52, dirigia o veículo. Ele ainda conseguiu conduzir o carro por alguns quilômetros e ser socorrido, morrendo horas depois.
“O ambiente lá já era tenso”, lembra João Coelho Frazão de Barros, à época presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFT-MG), hoje vice-presidente da entidade. “Subestimamos o perigo. Achávamos que era algo impossível de acontecer.”

Frazão observa que um dos fiscais (Nelson) chegou a trabalhar acompanhado de um segurança durante algum tempo. Segundo relatos, Nelson já tivera desentendimentos com o proprietário rural Antério Mânica, um dos acusados – que naquele ano foi eleito prefeito, sendo reeleito em 2008. O cargo exercido lhe confere o direito de ser julgado em foro especial. Em 2004, ele chegou a ficar preso, mas obteve um habeas corpus.
Em relatório de 2003, Nelson informou ter sido ameaçado por Norberto Mânica, irmão de Antério. Segundo denúncia que consta em relatório de 2006 da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, “Norberto, sentindo-se prejudicado pela ação da fiscalização trabalhista em suas fazendas, prometeu matar o fiscal do trabalho Nelson”.

Eventos destacam escravidão no meio urbano e impunidade


Por Maurício Hashizume*

São Paulo (SP) – O enfrentamento ao trabalho escravo em áreas urbanas e a chaga da impunidade foram foco de atividades especiais nesta semana temática por conta das variadas comemorações inspiradas pelo Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro).
Auditores fiscais do trabalho, integrantes de outros órgãos públicos, representantes do empresariado, de sindicatos e de organizações da sociedade civil estiveram presentes na audiência pública para tratar da exploração de mão de obra escrava no setor das confecções. Organizado no auditório da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), o encontro abordou a situação de imigrantes sul-americanos que movem milhares de oficinas de costura não só na metrópole, mas também em diversos outros pontos espalhados pelo estado mais rico do país. Na busca de alternativas à situação vulnerável em que vivem em seus países, vítimas estrangeiras são muitas vezes atraídas por esquemas criminosos que combinam tráfico de pessoas, trabalho forçado e outros delitos.

Entre os passos dados no sentido de combater esse tipo de violação dos direitos humanos fundamentais, os responsáveis pela fiscalização trabalhista destacaram especialmente os esforços para a responsabilização dos reais beneficiários da exploração do trabalho em condições análogas à escravidão de imigrantes, no bojo do Pacto Contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo – Cadeia Produtiva das Confecções.

Antes dessa investida nas cadeias produtivas, prevalecia uma tendência de enquadramento apenas dos donos de oficinas que atuam na ponta do processo.
Durante a audiência, o auditor fiscal Luis Alexandre Faria destacou a série de fiscalizações realizadas ao longo de 2010: desde o caso da oficina com imigrantes submetidos à escravidão que produzia peças para a rede varejista Marisa (e que também confecicionara anteriormente para a C&A), ocorrida em março, até a grande operação de 11 de agosto que culminou no flagrante de trabalho escravo na cadeia de suprimento da marca de moda jovem 775 e também na costura dos coletes utilizados pelos recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro do ano passado, o mesmo grupo da SRTE/SP atendeu denúncia de trabalho escravo urbano referente a outro setor econômico e libertou ainda dezenas de trabalhadores migrantes vindos do Nordeste que faziam a manutenção da linha férrea que liga Santos (SP) a Mairinque (SP), sob concessão da companhia América Latina Logística (ALL). Os empregados estavam alojados em precariedade extrema dentro de contêineres sem estrutura adequada em trecho isolado na Serra do Mar.

Uma das principais preocupações ao longo das fiscalizações, de acordo com Luís Alexandre, diz respeito à proteção das trabalhadoras e dos trabalhadores alcançados. A orientação adotada é a de evitar que as vítimas, que já tiveram de enfrentar um quadro de desumanidade, sejam punidas pela segunda vez por conta da situação migratória em que se encontram. O objetivo das ações, portanto, é garantir os direitos de cidadãos naturais de países como a Bolívia e o Paraguai – com os quais o Brasil mantém acordo de livre residência – conferindo a emissão da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e corroborando para a regularização.

A equipe da SRTE/SP lançou a todos os participantes a ousada meta de trabalhar em conjunto para eliminar a escravidão no meio urbano até a Copa do Mundo de futebol de 2014, que terá o Brasil como anfitrião e a capital paulista como uma das cidades-sede.

A coordenação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo Urbano está a cargo da auditora fiscal do trabalho Giuliana Cassiano. Em explanação sobre o tema, ela lembrou que, além da legislação doméstica e das convenções e tratados internacionais relativas ao trabalho escravo, as operações de libertação de estrangeiros devem respeitar o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, mais conhecido como Protocolo de Palermo.Giuliana sublinhou aspectos que caracterizam o trabalho análogo à escravidão – como o trabalho forçado, a restrição da liberdade, a jornada exaustiva, o trabalho degradante, a servidão por dívida e a retenção de documentos – e defendeu uma fiscalização cada vez mais integrada, que possa envolver diversos segmentos do Estado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Agenda para combater o tráfico de crianças: SEGOB

O subsecretário de Assuntos Jurídicos e Direitos Humanos do Ministério do Interior, Felipe de Jesus Zamora pediu aos governos locais e organizações sociais, para apoiar o Cidadão Cartão de Identidade com menos de 18 anos para combate ao tráfico.
Em entrevista depois de participar no fórum "Rumo a um México sem tráfico", organizado pela Comissão Especial sobre o assunto na Câmara dos Deputados, encontrou o projeto promovido pelo governo federal, trará benefícios para todos.

"O cartão de identidade é uma ferramenta muito importante que o governo federal pode oferecer às pessoas uma base de dados clara da identidade do povo."

"Na medida em que nós sabemos claramente que o nome corresponde a uma pessoa porque temos muito claro a sua marca (impressão digital) e da íris e outras circunstâncias de identificar, nos dá uma ferramenta muito importante combater fenômenos dessa natureza ", disse ele.

O funcionário do Ministério do Interior (Ministério do Interior), disse que o tráfico humano é a terceira atividade ilegal mais rentável no mundo, depois das drogas e armas.
Ele acrescentou que o Programa Nacional para a Prevenção e Punição do Tráfico de Pessoas, pretende criar uma cultura de rejeição social de tais comportamentos, como, na medida em que as pessoas entendam qual é o problema, naturalmente vai repudiar.

Ele observou que, na luta contra este problema todos os setores do país falharam, e reconheceram o valor de algumas vítimas, como a criança identificada como Ester, que no fórum de hoje, afirmou o seu caso.
A menina contou que sob a falsa promessa de ser contratado como assessor caíram sobre as redes de traficantes e passou cinco anos, sem prejuízo de exercer o trabalho sexual ", em resposta aos traficantes de drogas, atores, políticos, legisladores e funcionários públicos."

O funcionário disse que o Ministério do Interior para assistir a este e todos os casos apresentados , acrescentando que outro objetivo do programa nacional é ter dados reais sobre o tráfico de pessoas para atacá-lo mais eficiente.

Igreja celebra
A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) saudou a criação do Cartão de Identificação do Cidadão (CIC), dada pelo governo federal como uma forma de identificar os menores.
O secretário-geral da CEM, Víctor René Rodríguez Gómez, disse que a Igreja apoia esta iniciativa que irá resultar no bem do povo do México, é uma prova legal da existência dos que têm entre quatro e 17 anos.
Ele argumentou que esse tipo de documento é necessário para "nós mexicanos identificam com reconhecimento nacional e internacional."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

No Dia dos Migrantes, o UNODC lança ferramentas para ajudar os Estados a situação endereço das vítimas de contrabando e tráfico

UNODC

As pessoas deixam os seus países para uma variedade de razões, quer seja social, econômica, política ou religiosa. Ao longo da história, os migrantes têm superar a adversidade e encontrou uma vida melhor em outro lugar. Hoje, a globalização aumentou consideravelmente o número de migrantes aspirantes.

Em 1990, a Assembléia Geral aprovou a Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das Suas Famílias. Internacional do Migrante do dia, marcado todos os anos em 18 de Dezembro, reconhece o mundo 214 milhões de migrantes, reconhece as suas contribuições para a sociedade e, sobretudo, recorda os seus direitos humanos.

"É importante lembrar, especialmente nestes tempos turbulentos, o papel fundamental que os migrantes desempenhar no reforço da economia global", disse o Secretário-Geral Ban Ki-moon, em sua mensagem para comemorar este ano o Dia Internacional dos Migrantes.

"Os imigrantes contribuem para o crescimento econômico eo desenvolvimento humano, pois eles enriquecem as sociedades através da diversidade cultural, conhecimento e troca de tecnologia;. E melhorar o equilíbrio demográfico em populações de envelhecimento Enquanto para muitos, a migração é uma experiência positiva e poderosa, muitas outras suportar violações dos direitos humanos, xenofobia e exploração ", acrescentou Ban Ki-moon.

Rani: um defensor inabalável pela liberdade da escravidão e tráfico de seres humanos

Com mais de 2.4 milhões de pessoas mantido em cativeiro em todo o mundo, o tráfico humano se tornou um dos grandes crimes hoje e questões de interesse social. Praticamente todos os países do mundo é afetado por esse crime, seja como país de origem, trânsito ou destino para as vítimas.
No Sul da Ásia, mais de 150.000 pessoas são traficadas todos os anos para o trabalho sexual, trabalho, casamento forçado, ou o comércio de órgãos, devido a más condições económicas, que muitas vezes contribuem para aumentar a vulnerabilidade.

UNODC Sul da Ásia entrevistados Rani Hong, um sobrevivente do tráfico de seres humanos e fundador da Fundação Tronie para apoiar os sobreviventes do crime. Nos últimos 10 anos, Rani tem compartilhado sua história em todo o mundo para inspirar as pessoas e recolher apoio para seu trabalho com sobreviventes do tráfico de seres humanos. Em 2002, seu testemunho perante o Legislativo do Estado de Washington em os EUA ajudaram a aprovar uma lei que haviam sido paralisadas por quatro anos, tornando-o o primeiro estado do país a passar uma legislação anti-tráfico. Recentemente, Rani participou do lançamento do Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas de Tráfico de Seres Humanos
  

Nações Unidas, Fundo Voluntário para as Vítimas de Tráfico de Pessoas

UNODC

Antecedentes

Tráfico de pessoas é um crime contra a humanidade. Trata-se de um acto de recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de uma pessoa através de uma utilização de força de coerção ou de outros meios, com a finalidade de explorá-los. Todos os anos, milhares de homens, mulheres e crianças caiam nas mãos de traficantes, em seus próprios países e no exterior. Todos os países do mundo são afetados pelo tráfico, seja como país de, trânsito origem ou destino das vítimas. UNODC, guardiã da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC) e seus Protocolos, assiste-Membros nos seus esforços para implementar o  Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas (Tráfico de Pessoas Protocol).

O Fundo

As Nações Unidas lançou um fundo para fornecer ajuda humanitária, jurídica e financeira às vítimas do tráfico de pessoas através dos canais estabelecidos de ajuda (os parceiros de execução), tais como organizações governamentais, intergovernamentais e não-governamentais.
O Fundo foi criado em conformidade com a resolução A/RES/64/293 artigo 38 da Assembléia Geral em 12 de Agosto de 2010 - Global das Nações Unidas Plano de Ação de Combate ao Tráfico de Pessoas. O artigo 38 dispõe:

Estabelecer a Organização das Nações Unidas Fundo Voluntário para as Vítimas de Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, para fornecer ajuda humanitária, jurídica e financeira às vítimas do tráfico de pessoas através dos canais estabelecidos de assistência, tais como organizações governamentais, intergovernamentais e não governamentais, que deverá funcionar como um fundo de filial das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Justiça Criminal do Fundo geridos pelo Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, e será administrado em conformidade com a regulamentação financeira e da Organização das Nações Unidas e de outras disposições pertinentes, com o conselho de um conselho de administração composto por cinco pessoas com experiência relevante no domínio do tráfico de pessoas, que serão nomeados, tendo em conta uma distribuição geográfica eqüitativa pelo Secretário-Geral, em consulta com os Estados-Membros e ao Director Executivo das Nações Unidas Escritório contra Drogas e Crime.

Para garantir a eficiente, transparente e responsável de administração do Fundo e de suporte de informação uniforme e consolidada, o UNODC é designado como gestor do Fundo para o Fundo. UNODC irá administrar o Fundo, com o assessoramento de um conselho de curadores nomeados pelo Secretário-Geral da ONU, em conformidade com a regulamentação financeira e da Organização das Nações Unidas e as políticas e procedimentos relevantes promulgadas pelo Secretário-Geral.