segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cerco à pedofilia


Uma das mais longas comissões parlamentares de inquérito, a CPI da Pedofilia, acaba de completar 21 meses de funcionamento. Até agora, aproximadamente 200 vítimas, entre crianças e adolescentes, foram ouvidas nas 61 reuniões ordinárias e 18 diligências realizadas pelo país. O presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES), estima que cerca de mil pessoas devem ser indiciadas no relatório final. Até agora, a CPI recebeu mais de 900 denúncias, excluindo os serviços Disque 100, e a Polícia Federal já prendeu sete pessoas. Ainda assim, a efetividade da CPI não é unanimidade.

Tornou-se comum entre as organizações de direitos das crianças e adolescentes, que a comissão “prestou um desserviço” ao classificar qualquer abusador de pedófilo.

Especialista em estudos sobre exploração sexual infanto-juvenil, a socióloga Marlene Vaz classifica o explorador sexual em três categorias psicológicas: o que abusa sexualmente por uma questão de poder e gênero; o que foi abusado quando era criança e, pela falta de tratamento adequado no período, perpetua a violência que sofreu, e o pedófilo, cujas causas do abuso ainda são desconhecidas.

– Como é que a CPI pode falar dos três como se fosse tudo igual? – pergunta a pesquisadora. – Precisamos olhar de maneira diferente porque são situações e ambientes diferentes que pedem, inclusive, legislações específicas para punir.

Para a especialista, a pedofilia é uma questão de saúde pública e deveria ser tratada como tal pelo Ministério da Saúde: – Não adianta só tratar quem sofre o abuso, é preciso tratar o abusador porque eles são pessoas doentes e ninguém sabe ainda o que os levam a praticar a agressão. Nos Estados Unidos, o tratamento do pedófilo consiste em acompanhamento psiquiátrico e remédios para controlar a libido. Não cura, mas controla o problema.

Presidente da CPI, o senador Magno Malta (PR-ES) acredita que o maior mérito da comissão tem sido chamar a atenção do país para o problema. Malta afirma que, se as críticas forem construtivas, elas serão sempre bem-vindas, apesar de neste caso específico, diz o senador, não mudarem sua opinião: – Eu tenho uma convicção que não é filosófica, nem teórica, é de vivência. Para mim, pedófilo é tudo igual, é tudo vagabundo e tem que pagar do mesmo jeito. Se eles têm quem os defenda, bom para eles, mas eu não vou aliviar. Eu tenho sede de Justiça.

Segundo o senador, não há críticas que coloque em dúvida que a CPI teve muito mais acertos do que erros. Para Malta, não há quem possa negar avanços como a aprovação da Lei Joana Maranhão. A iniciativa alterou o Código Penal e estabeleceu que a prescrição de crimes sexuais contra crianças e adolescentes só começará a ser contada partir do momento que a vítima fizer 18 anos. O nome da lei é uma referência ao caso da nadadora que foi molestada pelo treinador aos nove anos e só teve coragem de denunciar quando completou 20 anos, mas o crime havia prescrito.

Em quase dois anos de funcionamento, 11 projetos de lei que visam coibir a exploração sexual de menores foram apresentados. Malta garante que todos eles serão aprovados até o fim da CPI porque já existe um compromisso dos presidentes da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para acelerar a tramitação dos projetos enviados pelas CPI. Entre as proposições, Malta destaca a que prevê detenção de 30 anos para quem abusar sexualmente de menores e dez anos para quem molestar essas crianças.

Apesar de defender mais rigor contra quem comete abuso sexual, o senador é contrário à aprovação do PL 552/2007, do senador Gerson Camata (PMDB-ES), que prevê a castração química para o abusador sexual por acreditar que a lei pode favorecer o pedófilo: – A pedofilia não está nos órgãos genitais, está na cabeça, está na lascívia dos pedófilos, na tara deles.

Então ele vai molestar com a mão, com madeira, com o que tiver. Sem contar que ele vai tomar o remédio enquanto estiver preso e quando sair da cadeia vai parar de tomar e o apetite sexual vai ficar dobrado. O que o SUS (Sistema Único de Saúde) vai fazer? Criar um kit para o explorador e o pedófilo vai ao hospital pegar? Claro que não! O pedófilo vive na sombra. É um cidadão acima de qualquer supeita. Sem contar que pelo projeto a pena pode ser reduzida se o abusador tomar o remédio. Todo advogado vai instruílo a tomar. Mas e depois? Além de enfrentar críticas de especialistas, a CPI também tem que lidar com resistências dos próprios parlamentares.

A prorrogação dos trabalhos da comissão, prevista inicialmente para acabar em outubro passado, por exemplo, foi questionada por alguns de seus membros. O próprio relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), sugeriu que ela fosse encerrada ainda no primeiro semestre deste ano. A ideia ganhou força principalmente depois das denúncias de que o presidente da comissão havia viajado a Dubai com recursos do Senado.

O senador teria supostamente aproveitado uma viagem oficial à Índia e estendido a estadia no Oriente Médio.

Fonte: Jornal do Brasil

Crianças correm atrás de comida nas margens da BR-101


Contrastes na maior rodovia litorânea do país vão de gasolina vendida a R$ 3,49 a menores pedindo esmola no acostamentoFamílias que hoje pedem ajuda no acostamento da rodovia tapavam buracos à procura de gorjetas de motoristas três anos atrás.

No sul da Bahia, crianças se postam diante dos casebres precários, no acostamento da rodovia, e passam manhã e tarde com placas escritas em garranchos implorando pela parada de algum motorista: "precisamos de alimentos", "precisamos de comida", "precisamos de ajuda", dizem as inscrições mais habituais.

No litoral do Rio, a vista é de iates, lanchas e barcos de luxo atracados às margens da estrada, num lugar onde um posto chega a vender gasolina aditivada por R$ 3,49 -a mais cara encontrada pela reportagem na rota da BR-101, em mais de 4.500 km percorridos do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte nas últimas semanas.

Paisagens como as de Teixeira de Freitas (BA) e de Angra dos Reis (RJ), com histórias de miséria e riqueza extremas, são parte do principal trajeto litorâneo do Brasil.

As famílias que pedem socorro na beira da BR-101 são, em boa parte, as mesmas que até três anos atrás carregavam pás e terra para tapar os buracos, à procura da retribuição dos motoristas com gorjetas. "O asfalto está novo, não dá mais", lamenta Cleonice Jesus, 56, mãe de quatro crianças, de 5 a 9 anos, que atravessam a pista correndo assim que avistam qualquer indício de que algum veículo pode parar.

"Os caminhoneiros são os que mais ajudam. Trazem cesta básica,
camiseta, sapato, de tudo um pouco", conta a mulher, que mora há mais de sete anos diante da BR-101 e afirma sobreviver com as doações e menos de R$ 70 do Bolsa Família.Água comunitária
Em Alagoas, nas proximidades de Porto Real do Colégio, moradores fazem fila no acostamento da rodovia. Sem água encanada em casa, centenas de habitantes dependem de uma bica da BR-101 para matar a sede, lavar roupa e tomar banho -tudo na frente dos motoristas que passam pela estrada.

"Às vezes eu tomava banho quente, no posto de gasolina. O chuveiro quebrou, não dá mais", conta Felipe Alves, 16, que estuda na 5ª série do ensino fundamental.

Na região de Novo Lino (AL), as margens da BR-101 também servem de banheiro para quem mora na beira da rodovia. "Está vendo aquele matagal? É ali", explica Cícera Kaete Maria da Silva, 21, apontando para um trecho da estrada com bastante mato, prestes a invadir pedaços do acostamento. A jovem mora com o marido e o filho de dois anos em uma casa de pau a pique, sem água encanada. Para erguê-la, gastou R$ 500.

No acostamento da BR-101 também não faltam prostitutas, andarilhos e ambulantes, inclusive índios e crianças.

Às vezes, sob risco iminente de serem atropelados, já que mais de 80% da estrada são em pista simples -e motoristas infratores chegam a fazer do acostamento local para ultrapassar.
"Muita gente para aqui só pra tirar foto", diz Edson Evaristo, 20, o "Verá" em tupi-guarani, na reserva indígena Rio-Silveiras na praia de Boracéia, no litoral norte de São Paulo. Com outros jovens e crianças, ele vende flores exóticas e palmito na beira da rodovia.

Largos troncos de palmito também são vendidos em Bela Vista (BA), por jovens e crianças na beira da BR-101. "Pode aparecer, das 5h às 18h, que eu vou estar aqui vendendo", exalta Ailton Santos Dias, 19. Ele abandonou a escola na 5ª série. Seu colega de trabalho Gabriel Ferreira dos Santos, 14, trabalha na estrada desde os 12.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz 2010

Desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo sobre as bençãos de Deus




terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PRF recebe Prêmio Direitos Humanos 2009


O Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Inspetor Hélio Cardoso Derenne, recebeu em nome da instituição, no dia 21 de dezembro, o Prêmio Direitos Humanos 2009, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. O prêmio é a mais alta condecoração dos direitos humanos no Brasil e é concedido a pessoas e entidades que se destacam na defesa, na promoção e no enfrentamento e combate às violações dos direitos humanos. Na 15ª edição, 16 entidades e personalidades foram agraciadas, como o teatrólogo Augusto Boal e o grupo cultural AfroReggae.

A PRF recebeu o prêmio na categoria Segurança Pública. Na solenidade, que contou com a presença de diversos ministros, a PRF foi citada diretamente no discurso do ministro Paulo Vanuchi, da SEDH, como um exemplo de polícia defensora dos direitos humanos. Derenne recebeu o prêmio das mãos do Ministro da Justiça, Tarso Genro. Na foto, é cumprimentado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José Alencar.

O Diretor Geral da PRF afirmou que o prêmio é uma conquista que expressa o reconhecimento ao empenho e à dedicação de cada um dos policiais e demais servidores, que fazem da PRF uma polícia atuante e cidadã. A PRF foi reconhecida por sua rede nacional de fiscalização atuar diretamente na proteção dos direitos humanos, fazendo parte do seu dia a dia operacional o combate sistemático à exploração sexual de crianças e adolescentes, ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo. Até novembro deste ano, 468 crianças e adolescentes foram retiradas de áreas e situações de risco, e equipes da PRF mapearam os pontos vulneráveis à exploração sexual de menores em todo o Brasil.

Ações de repressão ao trabalho escravo, realizadas em conjunto com o Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho, permitiram que 769 pessoas fossem libertadas de condições semelhantes à escravidão, em estados como Pará e Minas Gerais. A Polícia Rodoviária Federal acompanha o movimento de imigrantes nas rodovias do país e tenta identificar possíveis rotas para o tráfico de seres humanos, para exploração de mão-de-obra nos grandes centros urbanos, zonas de garimpo e rumo ao exterior.

Em 2009, 30.222 pessoas já foram presas em flagrante, cometendo crimes de diversos tipos. Mais de 60 toneladas de drogas foram interceptadas, além de milhares de armas e munições. A PRF também investe na formação de seus servidores e fomenta sua educação em direitos humanos por meio de Comissões de Direitos Humanos.

Fonte: DPRF

domingo, 20 de dezembro de 2009

Termina 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Chega ao fim a 8ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente. Nestes quatro dias, os participantes puderam colocar suas reivindicações oriundas das discussões realizadas nas etapas municipais e estaduais. Na plenária final, ocorrida hoje, foi definido o texto final das propostas, recomendações e moções dos participantes. "A 8ª conferência não termina aqui. Teremos todo um trabalho no próximo semestre de sistematização destas diretrizes formando então o documento que deverá ser a política nacional com o Plano Decenal", disse Carmen Oliveira, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

Dentre as propostas formuladas, uma que mereceu destaque se refere ao currículo escolar. A lei 11.525/2007 exige o ensino do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) nas escolas do ensino fundamental. "Eu acho que isso será fundamental, porque o ECA é a base do nosso projeto. Tudo que foi realizado é para que se cumpram as leis", argumenta Lorena Oliveira, delegada adolescente de Rondônia. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) foi lembrado por Carla Rebeca, delegada adolescente de Pernambuco, que requereu "aumento no orçamento para o Projovem, que tira os adolescentes das ruas, do uso de drogas e do tráfico".

Aspectos jurídicos também ganharam muitas linhas. O fortalecimento dos Conselhos Tutelares, o funcionamento adequado dos Conselhos das Crianças e Adolescentes e o aumento na criação de varas da infância e da juventude foram ressaltados. "Sabemos da dificuldade do judiciário devido ao acúmulo de processos. Assim teremos mais autonomia com uma linha de raciocínio exclusivo, com juízes e funcionários públicos especializados", planeja Audrei Rodrigues, do Conselho da Criança e do Adolescente de Mogi das Cruzes (SP).

Outros pontos do documento buscavam inserir cada vez mais as crianças nos espaços de discussão, como por exemplo, na proposta 48 de efetivar mecanismos para a garantia de participação de crianças e adolescentes em audiências públicas do Poder Legislativo nas esferas municipais, estaduais e federais. Garotos e garotas seriam convidados permanentes com direito a voz, inclusive em Comissões Temáticas e Grupos de Trabalho. A partir destas propostas, o grupo de trabalho, que envolve nove ministérios e consultores do Conanda, fará, em julho de 2010, a entrega do documento para o presidente Lula e outros candidatos a cargos políticos, com o objetivo de que eles assinem um termo de compromisso. Antes disso, haverá um encontro com os conselhos estaduais e municipais e também uma consulta pública, para que possam ser agregadas mais sugestões.

Durante toda conferência foi discutido o orçamento para que se efetuem tais políticas públicas. De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Irene Rizzini, que palestrou no segundo dia de conferência, "frequentemente os planos são excelentes, mas eles não são implementáveis porque o orçamento já vem quase todo previsto". Por isso foram inseridos vários pontos como o de garantir a prioridade absoluta para a criança e o adolescente no ciclo orçamentário, tanto no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual. A intenção é que se considere o princípio do co-financiamento das três esferas de governo, não havendo cortes orçamentários, contingenciamentos e remanejamentos para outras áreas que não sejam relacionadas à criança e ao adolescente. Formas de angariar mais recursos para os Fundos do Direito da Criança e do Adolescente também receberam atenção do documento.

Protagonismo das crianças e adolescentes marca a 8ª ConferênciaOs meninos e meninas participantes da 8ª Conferência Nacional foram o grande destaque da edição do evento. Dos 1.800 delegados, 600 eram adolescentes, eleitos em conferências regionais de todo o país, com direito à voz e voto nas plenárias e miniplenárias. Um direito bem assimilado por esses meninos e meninas, que não se intimidaram e assumiram de frente os processos de decisão e debate. A conferência ainda proporcionou momentos lúdicos e culturais, fundamentais para a interação entre os participantes.

Nielson de Assis da Costa, 18 anos, de São Gonçalves dos Campos (BA), comemorou o aprendizado que teve, especialmente por entrar em contato com as demandas dos jovens de outros estados. "Não imaginei que iria conhecer tanta gente e ter contato com tantas causas. Foi interessante ver que os problemas que trouxemos da Bahia são também a luta de adolescentes de outros lugares", disse Nielson, que participou das discussões do Eixo 4 - Participação de Crianças e Adolescentes em Espaços de Construção da Cidadania.

O catarinense Guilherme Rosa da Silva, 13 anos, em sua primeira conferência nacional, destacou a importância do conteúdo do evento, já que trata do futuro das crianças e adolescentes do Brasil em um plano decenal, e, ao mesmo tempo, exaltou a diversidade encontrada na conferência. "O Brasil jovem está aqui. Foi sensacional conhecer e conversar com tanta gente; brancos, índios, negros, cariocas, paulistas, pernambucanos, baianos...". Apesar da empolgação, o adolescente não deixou de ter um olhar crítico. "Mas muitas das discussões que trouxemos de nossa região não foram pautadas aqui, como o combinado", lamentou.

Apesar de os adultos terem sido maioria entre os delegados, os próprios não escondem que a participação dos meninos e meninas foi fundamental nos debates e nas decisões da conferência. É o que diz a professora e funcionária do Ministério da Educação (MEC), Danielly Queiroz, uma das delegadas do Distrito Federal. "Cerca de 40% da conferência é formada por estes jovens, o que é muito especial. É um avanço do ponto de vista da participação política para a elaboração do plano decenal, um importante documento que irá guiar as políticas públicas nesta área", disse a professora, que ainda enalteceu a coragem e a desinibição dos jovens. "Eles não têm medo de falar o que pensam e o que querem. Essas crianças e adolescentes estão muito esclarecidas quanto à importância da participação. Não vi inabilidade e inocência diferentes das que vejo nos adultos em discussões políticas", completou.

Além do local da Conferência, que concentrou debates e decisões, os participantes tiveram a oportunidade de desfrutar da Cidade dos Direitos, um ambiente interativo de três mil metros quadrados que reproduziu uma cidade real com suas principais instituições de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, como a Prefeitura, o Ministério Público e o Conselho Tutelar. O espaço ainda foi palco de apresentações culturais de circo, teatro, música e dança.

Durante quatro dias, Brasília tornou-se centro de discussão e decisão sobre o futuro dos jovens do país graças à Conferência. No período, mais de duas mil pessoas, jovens e adultos, debateram, divergiram, propuseram e construíram diretrizes da política para um plano decenal de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Entre todos há o consenso de que a capital do país agendou de forma irreversível as questões acerca da juventude nacional, e a certeza de que há muito a ser feito para que as conquistas colocadas no papel se efetivem e práticas em todo o país.

No encerramento da Conferência subiram ao palco todas as delegações para celebrar mais uma edição do evento. Com uma mistura dos hinos de cada cidade, a empolgação contagiou igualmente como no início do evento e, Fábio Feitosa, vice-presidente do Conanda, falou emocionado: "Temos muito trabalho pela frente e com essa mesma energia que a gente sai para os nossos estados e municípios. Que as cidades dos direitos que fizemos aqui seja também a realidade de vocês", finaliza.

Fonte: SEDH

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Seqüestrada em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, então com oito anos, foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, desde o momento em que Araceli entrou no carro dos assassinos até o aparecimento de seu corpo, desfigurado pelo ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória. Poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Bríto Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

A Vitória daquela época era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

O dia 18 de maio foi criado em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. Organizado pelo CEDECA/BA, representante oficial da organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia, o evento reuniu entidades de todo o país. Foi nesse encontro que surgiu a idéia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

De autoria da então deputada Rita Camata (PMDB/ES) - presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional -, o projeto foi sancionado em maio de 2000.

Desde então, a sociedade civil em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes promovem atividades em todo o país para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.

Lei 9.970 – Institui o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenilArt. 1º. Fica instituído o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Fonte: http://www.comitenacional.org.br/

Presidente Lula lança na 2ª feira (21) o Programa Nacional de Direito Humanos 3

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), lançam nesta segunda-feira (21), o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Na mesma cerimônia, será entregue o Prêmio Direitos Humanos 2009. O evento está marcado para 10 horas, no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF).

O Programa Nacional de Direitos Humanos 3 estabelece as diretrizes e objetivos que vão orientar o poder público para a promoção dos Direitos Humanos no Brasil. “O PNDH-3 apresenta as bases para a construção de uma política de Estado”, afirma Vannuchi.
Pela primeira vez, o programa é assinado por 31 ministérios, incluindo a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que foi responsável pela coordenação de todo o processo. A terceira edição do programa representa uma evolução em relação aos dois programas anteriores, 1996 e de 2002.

O PNDH-3 fortalece a participação da sociedade civil na elaboração das políticas públicas e define as responsabilidades em cada ação programática. Diferentemente das anteriores, a terceira edição aborda os direitos humanos de forma transversal, com ênfase em temas como educação e cultura, segurança pública, direito à memória e à verdade, e meio ambiente.

Concedido desde 1995, o Prêmio Direitos Humanos é a mais alta condecoração do Estado brasileiro a pessoas e entidades que se destacam na defesa e na promoção dos Direitos Humanos, bem como no enfrentamento e no combate de violações a esses direitos. (Veja a lista dos premiados no site (
www.direitoshumanos.gov.br)

Lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3) e entrega do Prêmio Direitos Humanos 2009Data: 21 de dezembro de 2009 (segunda-feira)Horário: 10 horasLocal: Palácio do Itamaraty, Sala Brasília, Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Brasília (DF)

Fonte: SEDH

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

PRF ganha Prêmio Direitos Humanos 2009

O Departamento de Polícia Rodoviária Federal foi agraciado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República com o Prêmio Direitos Humanos 2009. O DPRF recebeu o prêmio na Categoria Segurança Pública. Outras 15 entidades, instituições e pessoas físicas também foram premiadas em suas categorias.

O Prêmio Direitos Humanos é uma honraria concedida desde 1995 pelo governo brasileiro a pessoas, entidades públicas e entidades da sociedade civil que se destacaram na defesa, promoção e no combate às violações dos Direitos Humanos. Este é o primeiro ano em que a categoria Segurança Pública é premiada e logo na primeira edição a PRF foi escolhida.

O Coordenador Geral de Educação em Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Erasto Fortes Mendonça, afirma que o trabalho dos Policiais Rodoviários Federais no Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas credenciam a instituição a receber o prêmio.

Para o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Gilson Dias da Silva, a premiação reconhece o trabalho competente desenvolvido pelos policiais. “A Polícia Rodoviária Federal é uma instituição cidadã voltada ao combate ao crime e à prestação de serviços à sociedade brasileira e isso por só credencia nossa polícia a receber este prêmio”.

A entrega do o Prêmio Direitos Humanos 2009 acontece no dia 15 de dezembro no Itamaraty em Brasília. O DPRF receberá a honraria das mãos do presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Fonte: FenaPRF