segunda-feira, 20 de julho de 2009

OIT diz que crise aumenta o risco de que meninas entrem no trabalho infantil


A crise financeira global poderia empurrar um número crescente de crianças, especialmente meninas, para o trabalho infantil, de acordo com um novo relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por ocasião do Dia Mundial contra o trabalho infantil, 12 de junho.

O relatório da OIT, intitulado “Dê uma Oportunidade às Meninas. Combater o trabalho infantil, uma chave para o futuro”, observa que, embora recentes estimativas globais indiquem que o número de crianças envolvidas com o trabalho infantil tenha diminuído, a crise financeira ameaça os progressos que foram feitos até agora.

“Nós temos visto alguns progressos reais na redução do trabalho infantil.As políticas escolhidas para enfrentar a atual crise serão um teste em nível nacional e mundial para avançar ainda mais nesta luta”, disse o Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia. [...]

O relatório da OIT diz que a mais recente estimativa global indicam que mais de 100 milhões de meninas são vítimas de trabalho infantil, e muitas estão expostas a algumas de suas piores formas. As meninas enfrentam uma série de problemas específicos que justificam atenção especial e incluem: Grande parte do trabalho que realizam permanece oculto, o que gera riscos adicionais. As meninas constituem o maior número de crianças em trabalho domésticos em lares de terceiros e existem denúncias regulares sobre abusos de crianças trabalhadoras domésticos;
Em seus próprios lares, as meninas desempenham tarefas domésticas com muito mais freqüência que os meninos. Isto, somado à atividade econômica fora do lar, representa uma “dupla carga”que aumenta o risco de que as meninas abandonem a escola.


Em muitas sociedades, as meninas estão em uma posição inferior e vulnerável e são mais suscetíveis à falta de educação básica. Esta situação limita seriamente suas oportunidades futuras.[...]

O relatório destaca a importância de investir na educação das meninas como uma forma eficaz de combater a pobreza. As meninas que recebem educação tem maiores probabilidades de receber salários mais altos em sua vida adulta, de casar-se mais tarde, de ter menos filhos e que estes sejam mais saudáveis, além de exercer um poder maior de decisão na família. Além disso, é mais provável que as mães com educação garantam a educação de seus próprios filhos, contribuindo assim para evitar o trabalho infantil no futuro.

Dez por cento da população mundial é analfabeta, quase dois de cada três pessoas são do sexo feminino. 55 % das crianças em idade escolar que não estão matriculados na escola são meninas. Um número significativo de países matricula somente cerca de 80 menina para cada 100 meninos.[...]

O Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC) da OIT realiza atividades em cerca de 90 países do mundo. Trabalha no nível de políticas, apoiando o desenvolvimento de marcos jurídicos e de políticas para combater o trabalho infantil, bem como através de programas orientados a prevenir e resgatar as crianças do trabalho infantil.

Desenvolveu um Plano de Ação Mundial para eliminar suas piores formas – incluindo o trabalho perigoso, a exploração sexual comercial, o tráfico e todas as formas de escravidão – para 2016. Muitos dos programas locais OIT-IPEC trabalham com meninas, oferecendo-lhes oportunidade de educação ou formação como alternativa ao trabalho infantil.



Fonte: Organização Internacional do Trabalho

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