domingo, 19 de julho de 2009

Assassinato de ativista é condenado mundialmente

Natalya Estemirova ativista dos Direitos Humanos
Natalya Estemirova denunciava o prosseguimento dos crimes de guerra na Chechênia. Sequestrada nessa república russa, o corpo dela foi encontrado quarta-feira na Inguchétia. O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, prometeu punir os criminosos.

O sequestro e assassinato da militante russa de direitos humanos, Natalya Estemirova, cujo corpo foi encontrado na quarta-feira, numa floresta perto de Nazran, na república da Inguchétia, causou condenação internacional. O cadáver estava com marcas de tiros na cabeça e no peito, depois de ter sido sequestrada ao lado de casa na capital chechena, Grozny.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, elogiou a ativista e jornalista, garantindo que sua morte não ficará impune.
Natalya, de 50 anos, denunciava o prosseguimento dos crimes de guerra na Chechênia, oficialmente pacificada depois de um longo período de conflito civil pela independência, contra forças de Moscou. A Chechênia e a Inguchétia, localizadas no Cáucaso, são repúblicas internas russas, equivalentes a províncias em outras nações. Após realizar um encontro bilateral com a chanceler (chefe de governo) alemã, Angela Merkel, em Oberschleissheim, sul da Alemanha, Medvedev afirmou que Natalya “fez coisas boas” e “disse a verdade”’, apesar de, em algumas ocasiões, ter se expressado “de forma dura”. “Foi um assassinato profissional”, declarou o presidente russo, que qualificou o crime de provocação e tentativa por parte dos autores de “demonstrar força”.
Medvedev acrescentou que o caso será investigado e esclarecido, de acordo com as leis russas. Merkel condenou o assassinato e pediu aos russos que esclareçam as circunstâncias da morte da militante. “Eu expressei meu choque com a morte”, afirmou a chanceler, reiterando que o crime foi inaceitável. Acusação a ONG Memorial, de defesa dos direitos humanos, com a qual Natalya colaborava, acusou diretamente o presidente checheno Ramzan Kadyrov, que tem o apoio do Kremlin, pelo crime. “Eu sei, tenho certeza da identidade do culpado pelo assassinato de Natalya Estemirova, todos sabemos: seu nome é Ramzan Kadyrov”, afirmou Oleg Orlov, diretor da organização não-governamental. “Kadyrov ameaçava Natalya, a desacatava e a considerava uma inimiga pública.
Não sabemos se ele mesmo deu a ordem ou se foram seus colaboradores para agradar o chefe”, completou. Entretanto, Kadyrov qualificou de “desumano’” o crime e prometeu supervisionar pessoalmente a investigação.
Em Grozny, familiares e amigos da militante prestaram ontem uma última homenagem a ela. Mais de 100 pessoas se reuniram na Praça dos Jornalistas, aonde o corpo de Natalya foi levado para um funeral. A praça fica perto da representação da ONG, para a qual ela trabalhava em Grozny.

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